segunda-feira, 18 de maio de 2009

MINHA ALMA SIMPLES


A minha alma é simples e não pensa.

Sonha e acorda.

Dorme o sono do sonho.

Reajo à realidade de um dia cansativo e desloco-me para onde?
Em cada árvore, encontro-me e o passado agiganta-se porque o olhar retrospectivo corresponde à matéria com a qual me garanto em finas abstrações.

O sonho rebenta, vivo e revivido a capacidade de renovar-me em múltiplas introspecções.

Às vezes os sonhos se embaralham, irmanam-se, tocam-se, fundem-se.

A ficção prevalece.

Hoje sou partículas avulsas do desejo de outrora.

Repudio os rígidos pensamentos.

Desconfio dos dogmas, das ortodoxias, das conclusões definitivas.

Hoje não tenho raciocínios. Acho tão natural que não se pense.

Nada mudou, sou outra e sou a mesma.

Real e irreal.

Que idade tenho?

9 anos?

18 ?

24 anos?

Estarei acordada?

Ou dormindo?

Fará diferença?

Sei que permanece a essência da interioridade.

Levito entre o sonho e a vigília.

Melhor assim.


by Sue Ellen Silva